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A história nem sempre é de evolução

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Renato Galeno Entrevistador(a)
Publicado em: 28 de maio de 2021

ENTREVISTADOS

O passado tem relevância para a sociedade, mas, apesar dessa importância, Lilia Schwarcz, historiadora e antropóloga, afirma em entrevista inédita ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, que não somos necessariamente um resultado indiscutível desses acontecimentos.

“O nosso passado não condiciona o presente, mas é um lembrete e nos ajuda a refletir. Se pensarmos na questão racial, por exemplo, é difícil acharmos que um país que teve uma experiência moderna e colonial muito pautada na mão de obra escravizada [como o Brasil], não fosse se tornar um país violento e marcado pela discriminação”, diz ela.

Apesar desse legado, a também escritora enfatiza que esta história tem se repetido. “Na contemporaneidade, temos reescrito essa história e praticado um racismo que é estrutural e institucional, perverso, que pretende naturalizar as diferenças. Perverso também porque as pessoas negras morrem duas vezes no Brasil: a primeira, fisicamente; a segunda, na memória”, pontua Lilia.

Na comparação entre passado e presente, ela ainda relembra ao jornalista Renato Galeno as diferenças na condução das ações para erradicar a gripe espanhola, também chamada de gripe da bailarina, doença que assim como covid-19 carece de respostas para combatê-la.

“A história também não é evolução. Se pegarmos essa história em particular, podemos dizer que involuímos porque somos menos solidários. Em 1918, nenhum dirigente político deixou de seguir as recomendações dos cientistas, médicos e sanitaristas da época. Já em 2020 e 2021, temos um governo negacionista”, critica.

Na conversa, Lilia fala também sobre racismo, no qual destaca: “Não teremos uma democracia enquanto formos tão racistas”, e comenta ainda sobre a desigualdade social e econômica, e chama a atenção para a desigualdade educacional.

“A desigualdade que se afirma no Brasil é basicamente pela questão de renda. Então, o Brasil não é um país pobre, mas de pobres, e sabemos que depois da pandemia sairemos mais pobres e ainda mais desiguais. Os alunos brasileiros em escolas privadas começam a voltar às aulas presenciais em um esquema híbrido, mas, antes disso, tinham acesso aos professores para perguntar e tirar as dúvidas sobre as matérias, assim como tinham material escolar, laptop e internet em casa, dado que não é realidade na escola pública.”

Assista na íntegra! Inscreva-se no   canal UM BRASIL.

Crédito da foto: Renato Parada

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