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Política

jul 24, 2018

UM BRASIL discute ética e política na Flip

O País vive, nos últimos anos, um período marcado por turbulências na economia e na política. Em decorrência dessa situação, esses temas foram debatidos na série de entrevistas feitas pelo UM BRASIL na Festa Literária de Paraty (Flip) 2015. Em 2018, o assunto continua em destaque na imprensa e na análise de diferentes pensadores.

Para os pesquisadores Bernard Mueller, Carlos Pereira e Lee Alston, apesar do momento conturbado que o País atravessa, instalou-se na sociedade um consenso de que, para o Brasil seguir se desenvolvendo, é preciso inclusão social, controle fiscal e combate à corrupção.

O cientista político da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro (FGV-RJ), Carlos Pereira, afirma que a sociedade foi exposta um grau de corrupção com a Operação Lava Jato “que desenvolveu uma espécie de intolerância ou mesmo aversão à corrupção”.

Alston, pesquisador da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, percebe que os políticos têm perdido a chance de ganhar adeptos a suas causas. “Vemos juízes e promotores assumindo a liderança com a sociedade os seguindo, mas ainda é preciso adesão de representantes eleitos”, diz Alston.

Para o escritor e jornalista Roberto Pompeu de Toledo, o impasse político vivido pelo Brasil mostra a importância de uma reforma política. Ele entende que o País está “à procura de um contorno que transforme a inquietação da população em um movimento político de avanço democrático”.

Os professores Oscar Vilhena, diretor do curso de Direito da Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP), e Luciana Yeung, coordenadora dos cursos de graduação do Insper, avaliam que o fato de os cidadãos passarem a questionar a política e esse comportamento dos jovens de hoje é fruto dos direitos estabelecidos pela última Constituição Federal.

“Começamos a ver a abertura desse olho do furacão em 2013, quando a garotada foi para a rua. Todo o pacto que fizemos em 1988 criou uma nova geração de brasileiros que acredita que tem direitos”, destaca Vilhena.

“Agora, temos o voto, a organização das ruas e mais uma coisa nova, que é a tecnologia. O espaço digital tem se tornado muito importante para uma participação maior das pessoas [na política]”, afirma Yeung.

Na avaliação dos cientistas políticos Luis Felipe d’Avila e Jorge Caldeira, é preciso desenvolver boa liderança e movimentar a sociedade para uma real mudança desse cenário. “Vemos não apenas a ausência de liderança, mas os reflexos do que não foi feito por governos passados”, destaca d’Avila.

Já para Caldeira, a mudança necessária inclui, fundamentalmente, o desempenho de um papel melhor pela sociedade. “Deve haver um engajamento da sociedade para a sua participação na busca por soluções.”

O cientista político Marcos Troyjo e o economista e ex-presidente do Banco Central Gustavo Franco afirmaram que a independência do Legislativo junto com esforços do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU) trazem benefícios ao Brasil, como a apuração dos escândalos envolvendo desvios de dinheiro público.

Na visão do psicanalista Christian Dunker, o Brasil deve criar dispositivos de reconhecimento de boas práticas para que as instituições passem por um processo de valorização ética. “É, hoje, um tema que aparece sempre quando algo vai mal. Temos pouca discussão sobre eticidade fora de seu estado de crise”, afirma o professor do Instituto de Psicologia da USP.

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