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Política

ago 08, 2018

Rotatividade do Congresso é altíssima, revela novo estudo

Você sabia que menos da metade dos deputados federais (47,7%) consegue se reeleger? Ao contrário do que muitos pensam, a rotatividade do Congresso brasileiro é altíssima. A conclusão consta da pesquisa “Brasil em números: um estudo sobre a rotatividade do Congresso Nacional entre 1990 e 2014”.

Eduardo Cavaliere, graduado em Direito e Matemática Aplicada na Fundação Getulio Vargas (FGV), e Otávio Miranda, pesquisador na área de Economia Política no Instituto Chongyan, garimparam e avaliaram dados pouco conhecidos, jogando uma nova luz no debate sobre renovação política e levando à reflexão sobre a composição do Legislativo brasileiro.

De acordo com Cavaliere, o trabalho usa, por exemplo, dados de um estudo da organização Transparência Brasil indicando que 60% dos parlamentares eleitos em 2014 eram parentes de político, para contestar números muitas vezes elencados quando se fala em renovação.

Por outro lado, Miranda ressaltou que há exemplos de candidatos de comunidades pequenas que são eleitos em função de realizações que melhoram a qualidade de vida das pessoas. “Muito se questiona a capacidade do eleitor de votar, mas temos de ser pragmáticos e observar a ponta da lança, onde as coisas são feitas. Precisamos sair um pouco das teorias e perceber que política se faz com gente”, afirmou durante reunião do Conselho de Economia, Sociologia e Política (Cesp) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), realizada na última segunda-feira (6).

Melhor safra

Diante de dados que apontam que a maioria da população quer renovação na política, novos candidatos qualificados não faltam, mas o que deve determinar se, de fato, serão eleitos é o engajamento do eleitor.

Também presente ao encontro, o CEO da Somos Educação e idealizador do movimento RenovaBR, Eduardo Mufarej, destacou que o País tem, para a eleição de 2018, “a melhor safra de candidatos a deputados federal e estadual de sua história”.

“Tem gente formada em Harvard, Yale, Insper. Tem gente com histórico de realização no setor público. Mas essas pessoas vão competir com outras que estão na estrutura do poder. A renovação vai acontecer? Se depender apenas da classe política, não”, observa Mufarej.

O empresário revelou que o movimento RenovaBr surgiu justamente da percepção de que a sociedade pede novos nomes na política, mas carece de um “polo de transformação de novas lideranças”. Mufarej ressalta que procurar um candidato qualificado deve ser entendido como um desdobramento do ato de ir às ruas reivindicar mudanças. “A sociedade pediu novos e melhores quadros políticos, e eles existem, mas temos de tornar esses novos candidatos viáveis”, salienta.

Conjuntura

De forma geral, o Conselho de Economia, Sociologia e Política da FecomercioSP avalia que o cenário eleitoral de 2018 segue incerto, de modo que é difícil fazer previsões sobre a próxima composição do Congresso Nacional. “O eleitor pode surpreender para qualquer direção nesta eleição”, comenta o copresidente do Cesp, Paulo Delgado.

O também copresidente do conselho, Antônio Lanzana, complementa, dizendo que as empresas estão adiando as decisões de investimento porque “o que acontece na economia, hoje, é reflexo das interpretações do cenário político”.

Cesp

Desde maio, UM BRASIL é parceiro de conteúdo e curadoria do Conselho de Economia, Sociologia e Política (Cesp) da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).

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