A base central do UM BRASIL é o desenvolvimento do pensamento crítico nacional. Nesse sentido, entrevistados de diferentes áreas e com visões distintas passam pelo canal desde o início do projeto, há cinco anos.
Essa amplitude de pensamentos alarga a visão de mundo dos seguidores do canal, já que os questionamentos e apontamentos desses entrevistados levam à reflexão para a construção de uma sociedade mais justa, igualitária e sustentável. Essas novas perspectivas chegam por meio de análises profundas com um tema em comum: o Brasil.
Em um dos encontros promovidos pela plataforma, o historiador e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Leandro Karnal avalia o comportamento hostil do brasileiro, característica evidente nos recentes pleitos eleitorais e no debate político. Para o professor, ofensas e agressões entre pessoas que divergem se perpetuam porque o ódio é o caminho “mais fácil, porque nos impede de pensar”.
O filósofo e pós-doutor em Epistemologia Luiz Felipe Pondé acredita que esse ambiente é propício ao fortalecimento do populismo. “Embora as pessoas vivam situações de impasses [problemas profissionais, financeiros, amorosos, fracassos], elas tendem a achar que a administração política de um país é mais simples. A vida das pessoas fica no ‘cinza’, mas elas têm a ilusão de que, no governo, vai ser ‘preto no branco’ e que existe alguém capaz de fazer isso”, explica.
Por outro lado, o atual cenário de inconformismo e desejo de mudança no País é visto de forma positiva pelo escritor e historiador Laurentino Gomes. “Com a corrupção persistente, a violência, a ineficiência do Estado e uma certa estranheza do Brasil que nós temos, as pessoas estão chegando ao limite. E isso é bom. O Brasil está adquirindo um senso de urgência de transformação. O brasileiro não tolera mais a corrupção, que nunca esteve tão exposta como hoje. Essa mistura de inconformismo com senso de urgência pode ser muito benéfica e levar a uma mobilização”, destaca.
O historiador e cientista político Boris Fausto acredita que os protestos iniciados em 2013 pela população foram significativos e vão continuar existindo porque esse tipo de manifestação expressa “sobretudo a irritação da população com os problemas urbanos”.
A saída para que o País avance em todos os aspectos – segundo aponta a filósofa, psicóloga, psicanalista e especialista em políticas públicas Viviane Mosé – passa pela educação e pela consequente formação de pessoas autônomas e responsáveis. “Uma escola necessariamente tem de atender aos desafios do seu tempo. Tem de estar aberta para a sua realidade, e cada época tem seus próprios desafios. Não podemos falar que escola queremos sem falar que mundo temos”, afirma.