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Política

jun 12, 2018

Paralisações no País reavivam debate sobre democracia

A paralisação dos caminhoneiros reabriu a discussão sobre o papel da democracia brasileira e qual o melhor caminho para o atual momento do País. O UM BRASIL realizou diversas entrevistas sobre o tema. As conversas mostram pontos de vista diferentes de especialistas no assunto.

O desejo de ruptura na ordem democrática é visto pelo mestre em Ciência Política pela Universidade do Chile Pablo Valenzuela como um fator presente na América Latina. Para ele, os cidadãos desses países têm valores democráticos mais fracos do que os de outras regiões do mundo. “Percebemos que, de fato, há uma correlação enorme entre o comportamento da economia e a satisfação com a democracia. E isso acontece em todos os países”, afirma.

Embora a crença na democracia possa cair em determinados momentos, o sociólogo político e professor da Universidade de Stanford Larry Diamond percebe que as pessoas no mundo todo não estão dispostas a trocá-la por um regime autoritário. O descontentamento com o sistema deve-se em grande parte a políticas que não atendem às reais necessidades dos cidadãos. “Isso reflete uma tendência verdadeira de crescente dúvida sobre a democracia em alguns círculos”, diz.

Na visão do professor de Ciência Política na Universidade de Notre Dame Michael Coppedge, a sociedade não pode deixar que a apatia política enfraqueça a democracia, porque o que conserta uma democracia ruim é uma melhor. Ele diz que a solução para os eleitores descontentes é continuar participando dos pleitos. “A única saída é continuar participando das eleições para afastar os políticos ruins”, diz Coppedge.

Para Rafael Poço, advogado e fundador do Update Politics, laboratório de inovação política na América Latina, de maneira geral, a democracia enfrenta três crises no mundo todo: a crise de representatividade, no que se refere à dificuldade de os políticos refletirem os valores e as ideias da sociedade; a crise institucional, uma vez que os processos no setor público são lentos em comparação à vontade dos cidadãos; e a que ele considera a principal, a crise de referência. Ele acredita que encontrar soluções para os problemas da democracia passa por abrir espaço para práticas inovadoras, sejam tecnológicas, sejam nas relações de trabalho ou de organização social.

Fique por dentro das próximas entrevistas. Acompanhe nosso site e se mantenha informado sobre os temas da atualidade.

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