Especialistas debatem desafios da segurança pública
O tema “segurança pública” gera discussões sobre qual seria a melhor maneira para resolver os desafios e aumentar o bem-estar da população. Mesmo sem uma fórmula única, especialistas buscam métodos que solucionem problemas como a insegurança e a violência.
Em entrevista ao UM BRASIL, a diretora-executiva e cofundadora do Instituto Igarapé, Ilona Szabó, afirma que a segurança pública é um bem coletivo e que sem ela não há desenvolvimento. Ela enfatiza que devemos refletir sobre o fato de que estaremos seguros quando todos estiverem.
“É uma boa oportunidade de pautar um debate baseado no que funciona, em fatos e evidências, em experiências bem-sucedidas tanto nacionais quanto internacionais e tentar tornar esse assunto tão nobre quanto os outros direitos sociais”, diz.
Na visão do ex-secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro José Beltrame, o problema da segurança pública no País é muito visto apenas em relação à atuação da polícia, negligenciando outros fatores, como educação, renda, saneamento básico e prosperidade econômica.
“Política pública tem de ter retaguarda. Segurança pública não é igual à polícia. A polícia é o elo de uma corrente chamada ‘segurança pública’, ela faz um pedaço. É como a política de saúde: se você atuar mais na prevenção, terá menos pessoas nos hospitais”, explica Beltrame.
A doutora em Ciência Política e pesquisadora associada do NUPPs-USP – Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas da USP, Tânia Pinc, acredita que a reflexão deve envolver mais os municípios, que atualmente têm um papel muito tímido nessa área.
Tânia Pinc destaca que no quadro estabelecido pela Constituição Federal, cabe ao município a criação da Guarda Civil Municipal, que é a única ferramenta das cidades para colaborar com a segurança pública, mas que, hoje, menos de 10% dos municípios constituíram essas instituições. “Os problemas da segurança acontecem na cidade, mas o município responde muito pouco a esses problemas”, conclui.
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