O Brasil deve usar as receitas da exploração dos fósseis para custear a descarbonização, defende acadêmico do Nova School of Business and Economics
O Canal Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) — publicou uma entrevista inédita com Rodrigo Tavares, professor catedrático convidado na Nova School of Business and Economics, em Portugal.
O acadêmico defendeu mudanças na política de financiamento da transição energética no Brasil. Para Tavares, devemos criar condições para que as receitas do petróleo financiem a era “pós-petróleo”, ou seja, a descarbonização.
“Não é possível ser ufanista e dizer que o País é um ‘campeão ecológico’ em eventos internacionais sobre o meio ambiente e esquecer-se que é o oitavo maior produtor de petróleo do mundo, a caminho de ser o quarto”, critica. “O Brasil pode ser campeão nas duas áreas, na exploração de petróleo e na transição energética.”
Mas alcançar a transição e criar uma economia sustentável é um projeto de longo prazo, adverte. “Se nós levamos 40 ou 50 anos para criar uma economia fóssil, carbonizada, também pode levar 40 ou 50 anos para criarmos uma economia totalmente descarbonizada”, diz.
Tavares é fundador e CEO do Granito Group, grupo financeiro sediado no Reino Unido dedicado ao avanço da economia sustentável. Tem formações pela Universidade de Gotemburgo (Ph.D.), Universidade de Columbia (Research Fellow com bolsa de pós-doutoramento), Universidade da Califórnia–Berkeley (Visiting Research Fellow) e Universidade de Harvard (Senior Research Fellow).
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