“O Brasil ficou para trás na nova ordem econômica e não recuperará o passo enquanto não superar uma interminável disputa entre suas próprias elites e promover reformas que destravem o ambiente de negócios e estimulem o desenvolvimento de projetos”. A frase, dita pelo economista e cientista político Ricardo Sennes, em entrevista ao Canal UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, foi destacada pela revista digital InfoMoney, que produziu uma extensa reportagem sobre as reflexões da conversa entre Sennes, que também é sócio-diretor da Prospectiva Consultoria, e Jaime Spitzcovsky.
De fato, a crítica de Sennes também se vale do argumento de que o crescimento brasileiro está estancado por uma série de questões políticas e econômicas, como a falta de uma agenda de desenvolvimento amparada no século 21; o modelo de avanço das cidades e a inclusão pelo trabalho no século passado; e as disputas entre diferentes elites do País – que, como diz o portal, se expressa, entre outras coisas, pelo excesso de burocracia.
Assim, “há um ‘encastelamento’ de determinados grupos que, diante de um ambiente ameaçador, agarram-se ao status quo para garantir privilégios conquistados em vez de apostar em uma agenda própria para conquistar novos espaços no futuro”, como diz outro trecho do texto.
Para Sennes, além do mais, as grandes economias da América Latina, sobretudo o Brasil, também não conseguiram chegar à chamada Revolução Industrial ainda, o que impede que elas produzam e ofereçam produtos de alto valor tecnológico no mercado internacional, como outros países fazem hoje. Isso, na visão dele, acaba pressionando as classes médias dessas nações, enxugando muitas delas.
Veja a matéria da InfoMoney na íntegra: Impasse entre grupos da elite impedem avanços econômicos no Brasil, diz cientista político
Assista à entrevista completa: Ambiente inseguro e instável trava a cultura da inovação no Brasil | Ricardo Sennes
