Infraestrutura precária gera custo operacional imenso para setor privado
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A situação da infraestrutura nacional impõe um custo de operação terrível para o setor privado – sobretudo ao de transporte – no que se refere aos gastos com manutenção de frota e para garantir que a carga chegue ao destino, na avaliação do CEO do Grupo Martins Atacado e Distribuidor, Flávio Martins. “É uma coisa absurda, não existe em outros países. É preciso transferir celular com dois helicópteros seguindo o caminhão. Dependendo da região, tem de ter batedores acompanhando a carga, senão ela não chega. No fim das contas, quem paga por isso é o consumidor final”, ressalta.
“Já escutei várias consultorias avaliando que o atual déficit em infraestrutura e logística no Brasil é de mais de R$ 1 trilhão, em todas as dimensões: portos, aeroportos, rodovias, terminais rodoviários e ferroviários e logísticas fluvial e marítima. Nossa logística, comparada à dos Estados Unidos, é o que eles tinham na década de 1930”, diz Martins, em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP.
Martins também coloca no debate a importância das reformas estruturais para que o Brasil se torne economicamente mais competitivo. Para ele, essas reformas que ganharam fôlego nos últimos anos estão no caminho certo.
“No setor privado, nós sempre achamos que a velocidade pode ser um pouco maior. Mas essas reformas têm dado resultado. A Reforma Trabalhista, ainda com muito para avançar, já melhorou bastante. A Reforma Tributária também é muito importante. A complexidade tributária, o que gastamos de dinheiro para pagar corretamente todos os tributos, é surreal se comparado a empresas internacionais”, comenta.
Em sua visão, quando começarmos a colher os frutos das reformas, viveremos em um país completamente diferente – e melhor.
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