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Sociedade

O movimento negro é um movimento de heróis

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Publicado em: 11 de maio de 2018

ENTREVISTADOS

A necessidade de ampliar os próprios horizontes fez com que José Vicente enfrentasse uma constante luta contra o racismo e a discriminação contra os negros no País. Em entrevista ao UM BRASIL, o reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares conta a trajetória do jovem que saiu de Marília, no centro-oeste de São Paulo, para trabalhar e estudar na capital paulista.

Em conversa com Leandro Beguoci, José Vicente relembra um momento marcante, quando cursava a faculdade de Direito. Na ocasião, houve uma discussão de que ele não poderia integrar a chapa do diretório acadêmico por ser negro. Depois da situação, ele passou a analisar diversas situações do passado e percebeu que não tinha se dado conta desse tipo de preconceito.

“Eu pude me deparar com algumas circunstâncias que me fizeram acordar, abrir os olhos e descobrir que havia alguma coisa diferente que eu não tinha notado na minha trajetória e que, agora, mereceria alguma atenção especial, e foi ali que me descobri pela primeira vez como um jovem negro”, relata.

O fundador e reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares critica o posicionamento da sociedade em relação ao tema e diz que a maioria das pessoas prefere negar a existência do problema ou afirmar que, se ele existe, é tão fragmentado que não produz malefício nenhum.

“O movimento negro de hoje é um movimento de heróis, de guerreiros, sobreviventes que lutam uma luta justa, mas que, na maioria das vezes, é uma luta solitária contra tudo e contra todos”, afirma José Vicente.

A universidade foi inaugurada em 2003 justamente com o objetivo de empoderar os negros para que eles possam mudar suas histórias. A instituição oferece, segundo Vicente, mecanismos para que esses jovens combatam o preconceito.

“Precisamos de um espaço em que possamos conscientizar as pessoas e adverti-las dessa maquinaria de moer gente que são o racismo e a discriminação no mundo todo, mas que ocorrem de uma forma muito definitiva no Brasil. Se a gente não ensinar as pessoas a identificar e a se armar para combater isso, elas serão vítimas de um processo em que, na maioria das vezes, terão poucas possibilidades de poder fazer um bom combate.”

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