Regulação clara das novas tecnologias favorece a inovação
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- Segundo a especialista em inovação e sustentabilidade, Regina Magalhães, a tecnologia não pode ser uma caixa preta. “É necessário entender como a IA funciona. Isso garante que a gente tenha confiança e possa usá-la de uma forma segura”, defendeu.
- Para Glauco Arbix, do Observatório da Inovação do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, a regulação da tecnologia favorece a inovação. "Se não pode ter, é preciso inventar para cumprir a regulamentação”, afirmou.
- Valdemar de Oliveira Neto, consultor associado do Ethos, advertiu que definir e avançar em ações e políticas de regulação da IA, como ocorre em outras áreas, são desafios urgentes do poder público. “O seu mau uso está ganhando. Inclusive com esquemas de fraude”, ponderou.
A Inteligência Artificial (IA) tem o potencial de provocar grandes transformações nas empresas e na sociedade. Mas, para combater seus possíveis danos e aperfeiçoar seu uso, é preciso ter clareza na formulação e na aplicação dessa tecnologia. Somente assim a IA poderá gerar valor econômico, produzir inovações, combater desigualdades e enfrentar desafios ambientais.
É o que defende a especialista em inovação e sustentabilidade, Regina Magalhães. Segundo ela, a tecnologia não pode ser uma caixa preta. “É necessário entender como a IA funciona. Isso garante que a gente tenha confiança e possa usá-la de uma forma segura”, assegurou.
Durante debate promovido pela Revista Problemas Brasileiros e pelo Canal UM BRASIL — ambas realizações da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, em parceria com o Instituto Ethos, a especialista defendeu a necessidade de regulação da IA para torná-la mais segura e transparente.
O encontro reuniu também Glauco Arbix, professor titular e coordenador do Observatório da Inovação do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (IEA-USP), e Valdemar de Oliveira Neto, consultor associado do Ethos.
Regulação favorece a inovação
- Bom para todo mundo. Sob pontos de vista diversos, os especialistas afirmaram que a regulação das novas tecnologias favorece a capacidade de inovação dos negócios e, consequentemente, torna o mercado mais competitivo. “Um mercado desregulado é um mercado sem regras, em que vale tudo. E isso não é bom para as empresas que têm uma perspectiva de longo prazo”, opinou Regina.
- Regras favorecem invenções. O professor Arbix lembrou que a relação entre regulação e inovação é nítida na área da Saúde e medicamentos, que concentra cerca de um terço de toda a inovação mundial e que é extremamente regulamentada. Arbix também citou a Aeronáutica. “A regulação diz que não pode ter avião com ruído. Bom, se não pode ter, é preciso inventar um motor mais adequado para cumprir a regulamentação”, completou.
O papel das políticas e das pessoas
- Corrida contra o tempo. De acordo com Oliveira Neto, definir e avançar em ações e políticas de regulação da IA, como ocorre em outras áreas, são desafios urgentes do poder público. “O seu mau uso está ganhando. Inclusive com esquemas de fraude”, pontuou. “Mas, se o sistema tributário for mantido como é hoje, o financiamento público e a capacidade de reação das políticas públicas vão diminuir”, advertiu.
- Objetivo final. Arbix apontou, ainda, que a regulação das tecnologias deve ter como norte o aumento do potencial humano. Por isso, nesse processo, tão importante quanto criar as condições políticas e econômicas para a regulação, também é essencial ouvir as pessoas. “A tecnologia tem de servir para que todos façam as suas atividades de uma maneira mais aperfeiçoada, mais ampla, mais precisa, menos perigosa”, elencou o professor.
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