Investimento público, por si só, não é uma panaceia
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Gasto público nem sempre é realizado com qualidade e resulta em bons serviços prestados à população. A análise é da secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi. Em entrevista ao UM BRASIL, ela conversa com Thais Heredia sobre a necessidade de avaliar esses investimentos e o desafio fiscal brasileiro. “O investimento público, por si só, não é uma panaceia. Quanto dinheiro foi desperdiçado em projetos que não faziam o menor sentido?”, questiona.
Para Ana Paula, faz parte do imaginário popular que gasto público é sempre algo positivo, mas a recente realidade brasileira mostra que isso não é necessariamente verdade, pois existem desperdícios por ineficiências, além de processos de corrupção que consomem valores incalculáveis.
“O que precisamos nesse quadro da ineficiência na aplicação dos recursos é estudar melhor e ter uma avaliação mais consistente do gasto público. As avaliações técnica, científica e profissional é que vão nos trazer elementos das políticas que estão ou não funcionando”, detalha a economista.
Em relação ao rombo das contas públicas, a secretária do Tesouro Nacional afirma que o atual déficit – de aproximadamente R$ 160 bilhões – deve ser equilibrado até 2021. O desequilíbrio nas contas começou a ser registrado a partir de 2014 e, desde então, foi crescendo.
Sobre a situação dos cofres públicos, Ana Paula diz que somente equilibrar os valores não é suficiente. “Nós temos de ter algum superávit nessa conta entre receitas e despesas para poder equilibrar a dívida pública, que está em patamares muito altos, inclusive para padrões internacionais”, complementa.
A entrevista integra a segunda edição da série que discute estratégias para o crescimento e o papel do Estado na economia, gravada em São Paulo em dezembro de 2017 – uma parceria da plataforma UM BRASIL com o Columbia Global Centers | Rio de Janeiro, braço da Universidade Columbia, de Nova York.
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