Entrevistados analisam causas da alta carga tributária brasileira
São inúmeras as causas da alta carga tributária brasileira, e em decorrência da gravidade do assunto, diferentes especialistas analisaram a situação em entrevistas do UM BRASIL. De forma geral, eles concordam que não há caminho único para solucionar os problemas fiscais do País.
Para o doutor em Economia e professor da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV-Rio) Samuel Pessôa, a situação é reflexo de um modelo de Estado característico dos países da Europa Central.
O professor afirma que o Estado brasileiro é grande porque tem a responsabilidade de fornecer serviços públicos, como saúde e educação. Em outras sociedades, como os Estados Unidos e a Ásia, essas assistências não existem ou são realizadas em menor escala. “A sociedade escolheu ter um Estado de bem-estar social amplo e abrangente. Não há nada na teoria econômica que diz que um modelo é melhor do que o outro, são incomparáveis.”
O professor de Finanças Internacionais da Universidade Columbia, Fernando Sotelino, apontou outro problema do sistema tributário nacional: a desigualdade da carga tributária. “A carga tributária no Brasil é injusta. Os ricos pagam muito pouco imposto no Brasil”, diz.
Sotelino acredita que não há soluções rápidas para superar os entraves fiscais, mas indica alguns pontos importantes nesse sentido. “O País deveria tentar migrar de um processo fiscal complicado, cheio de impostos indiretos – que aumentam o custo da produção –, para impostos mais simplificados, quase na ponta do consumo”, sugere.
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