Empreendedorismo sustentável é possível e pode ser lucrativo
Gerar riquezas de forma sustentável é criar produtos e negócios que levem em consideração o desenvolvimento responsável do meio social e ambiental. Seguindo essa premissa, é importante disseminar o pensamento de que sustentabilidade pode ser um negócio viável e rentável.
Em entrevista ao UM BRASIL, o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), professor emérito da USP e presidente do Conselho de Sustentabilidade da FecomercioSP, José Goldemberg, ressalta, inclusive, que o “desenvolvimento sustentável é uma área de interesse do comércio”.
Existem inúmeras maneiras de trabalhar com sustentabilidade. O diretor técnico do Grupo Ambipar, Gabriel Estevam, por exemplo, encontrou uma alternativa para agregar valor à casca de camarão. “Desenvolvemos uma espécie de farinha que pudesse produzir rações para cães e gatos”, lembra. Já o CEO da Brasil Health Service (BHS), José Francisco Roxo, investiu no sistema de logística reversa de medicamentos no qual a pessoa leva o medicamento até a farmácia e este é enviado para a incineração. Os dois projetos foram vencedores de edições anteriores do Prêmio Fecomercio de Sustentabilidade.
Enquanto cientistas e pesquisadores buscam desenvolver projetos inovadores e rentáveis na área, no aspecto público, a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira alerta para os descompassos da atual agenda ambiental do País.
Ela cita o caso da Reserva Nacional do Cobre e Associados (Renca), área com mais de 4 milhões de hectares, entre os Estados do Amapá e do Pará, que teve a extinção revogada após ser alvo de críticas de ambientalistas e de outros setores da sociedade. Izabella afirma que o Brasil não pode dar sinais contraditórios com relação ao desmatamento. “Toda decisão tomada hoje está determinando o futuro que nós vamos ter. É isso que está na pauta. Porque nós não podemos mais errar.”
No debate realizado pelo UM BRASIL, o secretário-executivo do Observatório do Clima, Carlos Rittl, ressalta que as crises política e econômica passam, mas a climática permanece. “Deveríamos progredir no sentido de sustentabilidade nos seus três pilares: social, ambiental e econômico em equilíbrio”, mas o “meio ambiente virou moeda de troca hoje por votos no Congresso para proteção do governo federal”, critica.
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