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Entrevista

Venezuela pode superar crise com uma transição pacífica de poder 

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Renato Galeno Entrevistador(a)
Publicado em: 31 de janeiro de 2025

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EM POUCAS PALAVRAS...

O que você vai encontrar nesta entrevista?

  • O Canal UM BRASIL conversa com Rafael de la Cruz, economista e diretor do escritório de María Corina Machado nos Estados Unidos. De acordo com ele, há esperança de uma transição pacífica de poder na Venezuela.
  • O economista acredita que o ex-candidato Edmundo González Urrutia é o vencedor legítimo das eleições presidenciais que ocorreram em julho de 2024, bem como que a oposição vive uma situação de “governo eleito em compasso de espera”.
  • Para de la Cruz, o governo de Nicolás Maduro tem praticado “terrorismo de Estado contra a própria população” e que o país vive uma escalada de opressão.

A oposição democrática na Venezuela acredita que há esperança de uma transferência de poder sem violência no país, defende Rafael de la Cruz, economista e diretor do escritório de María Corina Machado nos Estados Unidos. 

“Esperamos que nos procurem para negociar uma transferência de poder pacífica e ordeira”, explica o economista. Para isso, ele também espera a formação de uma ampla coalizão internacional que reconheça a ilegitimidade do regime. 

Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, de La Cruz comenta as últimas eleições venezuelanas, a escalada da repressão no país e as perspectivas de desenvolvimento na América Latina. 

A conversa faz parte da série especial de debates promovida pelo Canal em Washington D.C. e tem o apoio da Escola de Governo da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Escalada da opressão na Venezuela

  • Crise. Trata-se de um momento delicado para a América Latina, região que vivencia tensões políticas, de diversos níveis e implicações, em diferentes países. Um dos principais imbróglios é a situação da Venezuela, em razão do questionado processo eleitoral que se deu em julho do ano passado. 
  • Desconfiança. As atas publicadas pela oposição democrática venezuelana sugerem que o candidato oposicionista, Edmundo González Urrutia — apoiado por María Corina Machado, política venezuelana, líder da oposição —, somou quase 70% dos votos, contra 30% de Maduro, que buscava a permanência no poder e obteve a vitória declarada e ratificada pelo Supremo Tribunal da Venezuela. A posse se deu sob protesto da oposição e desconfiança da comunidade internacional.
  • Repressão. Os documentos que alegam a vitória do líder da oposição foram confirmados pelo Centro Carter, dos Estados Unidos, que enviou observadores internacionais ao país. Mas protestos contra o regime de Maduro têm sido reprimidos com violência, afirma Rafael de la Cruz. “Eles têm praticado o ‘terrorismo de Estado’ contra a própria população”, alega.

Governo em compasso de espera

  • Vitória esmagadora. O economista ressalta que “está claro para todos no mundo que Edmundo González Urrutia venceu a eleição por uma vitória esmagadora”. O próprio regime de Maduro sabe disso, defende de la Cruz. “Eles estão simplesmente negando a vontade popular, negando a Constituição”, completa. 
  • Apoio internacional. O reconhecimento de González Urrutia como vencedor das eleições por outras nações pode ajudar a enfraquecer o regime que o economista classifica como uma ditadura. “Precisamos do apoio dos nossos parceiros internacionais para atingir o objetivo da liberdade”, explica. “O que estamos fazendo agora é pôr em prática uma ampla coalizão internacional para reconhecer que o nosso candidato venceu, que María Corina é a líder real das forças democráticas na Venezuela”, completa.
  • O futuro da crise. Para de la Cruz, González Urrutia já é mais considerado um “governo eleito em espera”. A oposição democrática, enfatiza o economista, não deseja que haja um colapso do regime, mas que o próprio governo perceba que é insustentável e avance rumo à transição pacífica. 

Produtividade na América Latina 

  • Estagnadas. O economista ainda avalia que a produtividade entre as nações latinas foi praticamente nula nas últimas três décadas. “A América Latina está realmente carente desse aspecto muito importante para o crescimento. E há muitas razões para isso”, comenta de la Cruz. 
  • Percalços. Dentre as restrições para uma guinada produtiva, destacam-se a má qualidade da educação e as carências relacionadas à infraestrutura. De acordo com de la Cruz, se a região conseguisse investir massivamente e por um longo período nessas áreas, a economia sofreria um grande impulso. “Você terá um claro efeito ‘keynesiano’ típico, que é a criação da demanda que o governo está fazendo com esse tipo de investimento”, completa. 
  • Hora de mudança. Nem todos os empresários latinos entendem que a inovação é a chave para crescer mais, acredita de la Cruz. Ele salienta que o problema não é a falta de capital na região, mas a ausência de uma cultura de inovação e a predominância do conservadorismo no momento de investir em projetos e negócios. “Devemos aprender com a experiência em outros países, particularmente nos Estados Unidos, onde há pessoas que entendem que o futuro não é como o passado”, conclui.

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