Desburocratização tem efeito de Revolução Francesa neste País
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O governo do presidente Jair Bolsonaro tem a oportunidade de causar uma “revolução” na história do Brasil. Para isso, basta desmontar a política intervencionista de governos anteriores e implementar medidas que simplifiquem a atividade empresarial, de acordo com o cientista político e ex-candidato a vice-presidente na eleição de 2018 pelo Partido Novo, Christian Lohbauer.
Em entrevista ao UM BRASIL, em parceria com o InfoMoney, Lohbauer defende categoricamente a necessidade de desburocratizar o ambiente de negócios para que o País possa prosperar economicamente.
“Essas medidas mais do dia a dia do empresário, desburocratizantes, têm efeito de Revolução Francesa neste País”, enfatiza, referindo-se ao fato que marca a queda da monarquia absolutista na França e que dá início à Idade Contemporânea. “É aquela história de partir do princípio de que as pessoas estão fazendo a coisa certa, uma questão filosófica mesmo. O empresário, o indivíduo, o empreendedor, o sujeito que tem a ideia de empreender está pensando a coisa certa. Se ele errar, depois ele será punido, e não o contrário”, completa.
Segundo Lohbauer, o que tem limitado uma atuação política nesse sentido é que “o governo tem dentro dele ainda um pouco daquilo que é o Brasil desenvolvimentista”. Contudo, reforça que a sociedade clama por uma mudança estrutural e que “o Brasil não aguenta dois anos de conversa mole”.
“Ele [Bolsonaro] vai ter de se convencer de que a única saída para o Brasil retomar a rota do desenvolvimento é desmontar esse intervencionismo e esse peso mastodôntico que o Estado tem na vida das pessoas e das empresas”, frisa. “Se não tem expectativa de que vai ter mudança estrutural, não vai acontecer [investimento]”.
O cientista político avalia que, como o governo propõe um rompimento ideológico contundente em relação ao período em que o PT esteve à frente do Planalto, é natural que inicialmente enfrente dificuldades e que, por isso, merece um pouco de paciência. Ele sinaliza também a importância do trabalho do Congresso, cujo quadro de parlamentares foi renovado em cerca de 40% na última eleição.
“Não quero crer que esse Parlamento vai ser pior do que o anterior, mas é uma crença, porque tem muita gente que precisa aprender rápido, e a pauta exige demais, são muitas reformas e temas muito sensíveis”, alerta.
Apesar das instabilidades e dificuldades políticas, Lohbauer se mostra otimista com o futuro do Brasil. “O País, ao contrário de muitos outros, tem de errar demais para dar errado. A gente está tentando, mas ele vai [para frente], porque tem muita riqueza.”
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