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Economia e Negócios

Desafios e oportunidades para o Brasil no mercado global

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Lucas Mota

ENTREVISTADOS

EM POUCAS PALAVRAS...

Na opinião de Luciano Menezes, CEO do World Trade Center Lisboa e vice-presidente da rede WTC Global, a internacionalização deve estar “na cabeça de todo o empresariado brasileiro”.

  • O País deve estar atento a novas tendências do mercado internacional, como a regionalização, a economia circular e o modelo ESG.
  • O mercado português traz boas oportunidades, desde a língua em comum até o fato de ser porta de entrada para outros países europeus.

A internacionalização deve estar “na cabeça de todo o empresariado brasileiro” quando se trata de Comércio, defende Luciano Menezes, CEO do World Trade Center Lisboa e vice-presidente da rede WTC Global. 

“Hoje, poucos empresários brasileiros estão internacionalizados. Você investir todos os seus ovos numa cesta só é um erro”, afirma, em referência àqueles que investem todas as fichas no mercado interno. 

Em entrevista à Revista Problemas Brasileiros e ao Canal UM BRASIL — realizações da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) —, Menezes elenca novas tendências do Comércio global e defende que as empresas nacionais busquem oportunidades no mercado português.

A conversa foi gravada durante o Web Summit, realizado em novembro de 2024, na capital portuguesa. 

É hora de pensar globalmente

Desafios. O Brasil está entre as dez maiores economias do mundo. Mas, apesar disso, costuma ocupar a 25ª posição nos rankings de grandes exportadores e importadores. Além disso, a participação nacional na corrente de Comércio mundial oscila em torno de 1,5% há pelo menos meio século, de acordo com análise da FecomercioSP

Internacionalização. Os dados mostram que, a despeito de pequenos avanços, o Brasil ainda é muito fechado para o mercado global. No ano passado, ainda que tenha importado mais, o volume de exportações do País permaneceu estável em US$ 337 bilhões — uma queda de 0,8% em relação a 2023. “Apenas 5% do PIB do Brasil são exportados. No caso de Portugal, 50% do PIB são internacionalizados. É importante que o empresário brasileiro entenda que a internacionalização não só agrega valor, como também é fundamental para o crescimento do negócio”, explica Menezes.

Caminhos. Segundo o CEO, esse olhar para fora do País pode se dar de diversas formas, por meio de representantes, compra de empresas, joint ventures e licenciamento ou franquia, elenca. Quanto aos locais, Menezes vê Portugal como um espaço repleto de vantagens e oportunidades aos empresários brasileiros. 

Mercado português 

Oportunidades. Menezes lembra que a semelhança entre as línguas facilita a operação de negócios em Portugal. “O país está incluído na comunidade europeia. Fazer um primeiro balão de ensaio por aqui e, depois, expandir é vantajoso.”, argumenta o CEO.  

Europa. O CEO ainda ressalta que, apesar de o mercado português ser considerado relativamente pequeno, pode facilitar o alcance aos maiores parceiros comerciais do país europeu: os espanhois. “É um caminho natural — Espanha, depois Holanda, que está super aberta, e então outros países do continente”, defende. “Trata-se de um ‘test fit’ em Portugal para, depois, caminhar para outras regiões”, conclui. 

Diferenças culturais. Brasileiros e europeus, a exemplo dos portugueses, se comportam de formas diferentes na hora de firmar negócios. Segundo Menezes, uma das principais características do empresário lusitano é a demora para fechar um primeiro contrato. “Quando você fecha um contrato no Brasil, da mesma forma que fechou rápido, pode perder rápido. Em Portugal, pensa-se mais no longo prazo, mas, quando fecha, é um contrato duradouro”, explica. 

Novas tendências mundiais

Nearshoring. O mundo tem vivenciado, cada vez mais, formas diferentes de internacionalização do Comércio. Para o CEO, uma das tendências atuais é a regionalização — fenômeno conhecido como nearshoring. Diferentemente do offshoring, neste caso, a estratégia empresarial se baseia em transferir atividades comerciais para países próximos geograficamente.

Economia circular. Outro fenômeno apontado por Menezes é o da economia circular. Em Portugal, destaca, é possível encontrar lojas que vendem itens usados. E esse movimento está crescendo no Brasil. Segundo estudo da FecomercioSP, entre janeiro de 2020 e junho de 2024, o comércio varejista de usados passou de 4.817 para 10.381 postos de trabalho, um salto de 115,5% no País — o maior crescimento entre as 35 categorias do varejo. 

ESG. O conceito que avalia a performance de uma empresa em relação a três aspectos (Ambiental, Social e de Governança), o fator ESG,  também é uma tendência cada vez mais frequente na Europa, explica o CEO — e deve receber atenção do empresariado brasileiro. De acordo com a Amcham Brasil, hoje, 7 em cada 10 empresas nacionais adotam alguma prática de ESG.

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