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Economia e Negócios

À esquerda ou à direita, populistas rejeitam ideais democráticos

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Jaime Spitzcovsky Entrevistador(a)
Publicado em: 13 de março de 2020

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Os populismos de direita e de esquerda partilham da mesma ideologia, odeiam-se como duas gangues, mas têm a mesma filosofia: brigam por controle territorial. Essas duas formas de populismo têm em comum as rejeições da ideia de uma sociedade governada pela lei e de regulamentações de processos democráticos, na avaliação do vice-presidente de Programas Internacionais da Atlas Network e membro sênior do Cato Institute, Tom Palmer.

Em entrevista ao canal UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, em parceria com o Instituto Mises Brasil, ele contextualiza o avanço do populismo no século 21.

“O grande inimigo desses dois grupos populistas é o liberalismo, a ideia de uma sociedade em que as pessoas possam viver juntas, apesar de todas as diferenças religiosas, filosóficas, étnicas e de orientação sexual. Uma sociedade livre tem espaço para todos, e todos respeitam os direitos alheios. Esses grupos [populistas de direita e de esquerda] não gostam disso. Eles acreditam que há um único povo autêntico, com apenas uma vontade, expressa por um único líder”, comenta.

Palmer contextualiza esse argumento ao lembrar que o mundo já viu essa maneira de pensar em períodos de guerra durante o século 20, como o lema Ein Volk, ein Reich, ein Führer (“Um povo, um império, um líder”), indicando uma só vontade. “O populismo é uma ressureição das ideias da década de 1930. Eu pensei que elas tinham morrido em 1945 por descrédito, mas, agora, aqui estão elas novamente”, complementa.

Para ele, uma forma de se entender o populismo é por meio do prisma sociológico. “É importante entender por que isso está acontecendo e por que esses partidos [populistas] atraem pessoas. Os dados demonstram que a razão não é econômica. O que parece importar mais é a posição social relativa.”

“Em sociedades altamente dinâmicas, como no Brasil e nos Estados Unidos (EUA), muitas pessoas se elevaram em termos de status social. Mulheres e afro-americanos nos EUA chefiam grandes empresas e já se candidataram ou chegaram ao posto de presidente. Todos podem estar melhor economicamente, mas, em termos de status, a ascensão de uma pessoa é a queda da outra. E quem perdeu status nos EUA nos últimos 60 anos? Homens brancos sem formação universitária”, avalia Palmer.

Nesses termos, pondera, o slogan “Faça a América ser boa novamente” é um forte atrativo subconsciente para uma parte da população.

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