Faltam inovação e fortalecimento de marca ao empreendedor brasileiro no exterior
O empreendedorismo brasileiro tem dificuldades de propagar a cultura e os valores do País no mercado internacional e, com isso, criar conexão com os consumidores. Esse tipo de empecilho enfrentado pelos empresários é um dos temas apontados em entrevistas realizadas pelo UM BRASIL.
Em uma das conversas, o empresário, artista plástico e diretor de criação e estilo da Osklen, Oskar Metsavaht, critica a falta de um projeto de Estado que propicie a propagação dos valores do País e incentive os empresários a ampliar o alcance da cultura nacional por meio da oferta de bens e serviços.
“O nosso empresário ainda é muito inseguro das nossas qualidades e copia muito de fora”, diz o artista plástico. “A pesquisa do empresário é ir para Europa, Estados Unidos ou Ásia e copiar as práticas, marcas ou elementos culturais e de estilo desses lugares em detrimento dos próprios valores brasileiros”, completa.
O professor de MBA e pós-graduação da FGV IDE, Carlos Alberto Silva, afirma que o brasileiro é muito criativo, mas ele diferencia criatividade de inovação e afirma existir um paradoxo entre essas características no País. “Somos um dos povos mais criativos do mundo, mas um dos menos inovativos. Ser criativo é ter ideias, e o brasileiro tem muitas ideias; no entanto, há uma distância em transformá-las em valor. Isso é inovar”, explica.
Outro problema que impede o desenvolvimento do empreendedorismo é a falta de visões de mercado e de planejamento, segundo aponta o engenheiro de telecomunicações e sócio-proprietário da Anova Sistemas, Daniel Gil Monteiro de Faria. “Enquanto a empresa chinesa pergunta qual o tamanho do mercado mundial, o brasileiro pergunta qual o tamanho do mercado de uma cidade ou Estado. O empreendedor brasileiro pensa pequeno. Ele precisa ter uma visão do todo e saber aonde quer chegar com isso”, destaca.
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