Entrevistados analisam ineficiência do Estado
A ineficiência na administração do Estado brasileiro acarreta uma série de dificuldades econômicas e sociais ao País. Ao gastar mal e investir pouco, a ampliação da capacidade produtiva é afetada.
Para o diretor de Pesquisa Econômica para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, esse modelo impede o crescimento do potencial nacional no longo prazo. Em entrevista ao UM BRASIL, ele afirma que o País tem um Estado grande por causa da alta carga tributária e do volume de gastos do setor público. Além disso, os serviços oferecidos à população são de baixa qualidade.
“A agenda mais difícil é elevar o crescimento potencial. Há reformas de caráter estrutural e que não são temas novos, são dos últimos dez, 20 anos. O Brasil precisa investir mais em capital físico e capital humano. Precisa se integrar mais à economia global e comerciar mais porque ainda é um país muito fechado ao comércio. Tem uma carga tributária muito alta e distorcida. Tem um setor público que gasta muito, gasta mal e investe pouco. Então, há toda essa agenda que poderia elevar o crescimento potencial”, avalia Ramos.
O professor de Economia da Universidade Columbia e professor emérito da Universidade de Princeton, José Alexandre Scheinkman, diz que a baixa produtividade é um problema de longo prazo que o País ainda não resolveu. Para o especialista, o limite para os gastos públicos deve fazer gestores públicos e parlamentares repensarem o modo como conduzem a economia nacional.
“Se você olhar desde o começo da década de 1980, você nota os países que foram bem-sucedidos em crescimento: as Coreias, Taiwan, Cingapura, China e Índia, por exemplo. O que eles fizeram? A produtividade total de fatores está crescendo mais rapidamente do que a americana. E isso é lógico. A única maneira de você alcançar os países mais avançados é melhorar a produtividade mais rapidamente do que eles”, diz o professor.
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