Setor privado assume o protagonismo sustentável no Brasil
ENTREVISTADOS
MEDIAÇÃO

Diante das dificuldades impostas pela pandemia de covid-19, culminando em perdas de empregos, empresas e vidas, havia a expectativa de que temas como sustentabilidade e preservação ambiental ficassem para trás no debate público e no mundo corporativo. Contudo, as próprias demandas sociais para conter o avanço do surto de coronavírus reiteraram a necessidade de incorporação da agenda Ambiental, Social e de Governança Corporativa (ASG) nos negócios, de acordo com o CEO da gestora de ativos BlackRock no Brasil, Carlos Takahashi.
Em entrevista ao UM BRASIL, uma realização da FecomercioSP, o executivo avalia que, a despeito de desencontros sobre a agenda ambiental por parte de governos ao redor do mundo, inclusive o brasileiro, o setor privado tem se destacado ao incorporar e enaltecer ações sustentáveis do ponto de vista dos negócios.
“O que notamos em relação à retomada verde é, definitivamente, o setor privado assumindo o protagonismo. Então, não é, digamos assim, modismo ou tendência. ASG – tratar adequadamente as questões ambientais, sociais e de governança – não é incluir. É incorporar nas atividades. Este nível de consciência, de forma geral, parece ter chegado ao setor privado brasileiro em diversos segmentos”, afirma Takahashi.
De acordo com ele, o fato de companhias exigirem uma das outras ações sustentáveis para tomar decisões de investimentos mostra que o compromisso com a preservação ambiental está se tornando regra.
“Parece que, definitivamente, o mercado financeiro entendeu a sua responsabilidade e está assumindo um papel de enorme relevância para promover essa agenda. Então, ainda que a tenhamos controvérsias com relação às manifestações vindas do lado público, temos o setor privado tomando a frente desta agenda, o que é muito positivo para o País”, reitera.
Tendo atuado por mais de 30 anos no Banco do Brasil, onde foi diretor de diversos segmentos, e sido membro de conselhos de administração de grandes empresas, Takahashi afirma categoricamente que o Brasil tem “a possibilidade muito grande de assumir uma posição protagonista no crescimento sustentável”.
Além disso, reflete sobre o avanço da pauta sustentável no mundo dos negócios. “Uma grande amiga minha usa esta frase: ‘ASG passou do anexo para as páginas principais’. Então, é isso que está acontecendo e traz uma implicação profunda em todos os setores. Como falei, a sustentabilidade tem sido incorporada definitivamente em cada uma das atividades”, pontua.
Assista na íntegra! Inscreva-se no canal UM BRASIL.
ENTREVISTADOS

CONTEÚDOS RELACIONADOS

Insegurança jurídica é obstáculo para desenvolvimento ‘verde’
Brasil pode ser um grande responsável pela segurança energética do mundo, mas esbarra em entraves regulatórios, avalia Adriano Pires, do CBIE
ver em detalhes
Discussão climática ganhou espaço na geopolítica internacional
Izabella Teixeira, conselheira consultiva internacional do Cebri, afirma que o clima é uma agenda de desenvolvimento no mundo todo
ver em detalhes
Para transformar a realidade brasileira, é preciso transformar o Estado
Em debate promovido pelo UM BRASIL e Movimento Pessoas à Frente, especialistas discutem os impasses da agenda da Reforma Administrativa no País
ver em detalhes