Até que ponto a presença do Estado deixa de ser benéfica e passa a ser prejudicial para a economia? Em entrevistas feitas pelo UM BRASIL, especialistas analisam o tema.
Em uma das conversas, o diretor do O’Neil Center for Global Markets and Freedom, Robert Lawson, aponta que as ações do governo podem melhorar a vida das pessoas, como a construção de estradas e a estruturação da polícia. No entanto, ele acredita que cobrar altos impostos para manter esses serviços prejudica a população. O economista é a favor da liberdade dos cidadãos de gerir a própria vida econômica sem a interferência de outras pessoas e do governo e aponta Hong Kong como o local mais livre do mundo economicamente.
“O maior violador da liberdade econômica das pessoas é o governo. Você e eu fazemos um negócio: eu lhe dou US$ 1 ou R$ 1 por um produto, e o governo vem e diz: ‘Vinte por cento disso agora são meus’. Ele está interferindo na nossa habilidade de fazer uma troca de forma livre quando cobra impostos. Quando o governo cobra impostos demais, quando faz regulações demais, ele pode tornar nossas vidas piores”, exemplifica.
O físico, economista e professor de Direito da Santa Clara University, David Friedman, por sua vez, lembra sociedades mais primitivas que operavam bem e sem governo, como o norte da Somália e os índios Comanche. Ele cita ainda o caso da Islândia, na Era das Sagas, que tinha uma legislação, mas não havia um braço executivo do governo que aplicasse essas leis. “Existem vários exemplos de sociedades que funcionaram sem o que chamamos de ‘governo’. Não sabemos se isso funcionaria no mundo de hoje, porque nunca fizemos esse experimento”, diz.