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Economia circular é resposta possível contra emergência climática

DEBATEDORES | Jorge Soto

O Brasil tem uma possibilidade enorme de desenvolvimento sustentável e diferenciado do restante do mundo, tendo como base as suas capacidades energética e de produtividade agrícola. Isso abre várias portas para as atuações dos setores público e privado em busca de uma economia mais circular e condizente com as adversidades que se impõem, como as mudanças climáticas. Estas ponderações foram feitas pelo diretor  de Desenvolvimento Sustentável da Braskem, Jorge Soto, em entrevista ao UM BRASIL em parceria com a Revista Problemas Brasileiros (PB), realizações da FecomercioSP.  A entrevista também será publicada na edição de junho/julho da PB.

Soto explica que a economia circular visa a facilitar o uso eficiente de recursos naturais, cada vez mais escassos. “Este desafio faz necessária a utilização desses recursos da melhor forma, mantendo, regenerando ou, até mesmo, agregando ao seu valor. Isso pode ser posto em prática pelas empresas de diversas maneiras, tais como: projetar um produto para que este possa ser reciclado, reciclar ou reutilizar o próprio produto, ou vender o produto como um serviço.”

“O Brasil, assim como o restante do mundo, seguiu um modelo de desenvolvimento que nunca olhou muito para a questão da disponibilidade de recursos naturais. Agora, estamos percebendo as consequências. [É neste ponto] que há uma conexão entre a economia circular e as mudanças climáticas. O clima está mudando, assim como a frequência crescente de eventos extremos, de secas e incêndios florestais. Vamos precisar fazer uma mudança enorme na forma como nos desenvolvemos, para que este problema seja resolvido”, argumenta Soto.

O diretor também defende a economia circular do carbono neutro, ou seja, que o País consiga recapturar os gases poluentes emitidos na atmosfera.

“Na Braskem, entendemos que podemos fechar o ciclo no início, produzindo com matéria-prima renovável; e também no fim, reciclando e tirando carbono da atmosfera. Por isso que digo que a inovação coloca nas nossas mãos uma grande possibilidade de fazer um desenvolvimento diferente”, enfatiza.

“No Brasil, atualmente 20% dos produtos plásticos são reciclados. Precisamos dar um destino adequado aos outros 80%. [Fazer isso] não é tão fácil, infelizmente, a gestão pública dos resíduos sólidos não funciona tão bem. Cerca de 50% dos produtos que saem das casas das pessoas não têm um destino adequado, vão para buracos ou são queimados, além de outros contaminantes”, frisa. “Nós estamos investindo em tecnologias que nos permitam reciclar algumas misturas de produtos sujos. Isso se chama ‘reciclagem avançada’, isto é, pegar um produto plástico [contaminado] e transformá-lo em outro que possa ser utilizado na indústria química”, conclui Soto.

Assista na íntegra! Inscreva-se no   canal UM BRASIL.

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